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OAB reprova oito cursos de Direito no Paraná; faculdades contestam avaliação da entidade

OAB reprova oito cursos de Direito no Paraná; faculdades contestam avaliação da entidade

Para a OAB Paraná, os dados evidenciam não apenas a proliferação de cursos jurídicos no Brasil, mas também um desequilíbrio entre a formação e o mercado de trabalho

 

 

A Ordem dos Advogados do Brasil seção Paraná (OAB Paraná) divulgou nesta quarta (8) a lista de oito cursos de Direito no Paraná que não atendem aos critérios mínimos para funcionamento. Foram vistoriados treze cursos ao todo. É o início do movimento iniciado presidente da OAB Paraná, Luiz Fernando Pereira, a OAB Paraná  para fechar cursos de Direito de baixa qualidade. A entidade já solicitou ao Ministério da Educação (MEC) que tome providências em relação aos cursos reprovados na vistoria e notificou a OAB Nacional para estimular que o movimento aconteça em todo o Brasil. Oito dos 13 cursos avaliados não preenchem 70% dos requisitos avaliados pela OAB.

Veja os cursos de Direito no Paraná reprovados pela OAB e o porcentual de requisitos atendidos

FAC FAPAR (Curitiba)  57,1%

Faculdades Londrina  63,5%

Facear (Araucária) 63,5%

Facnopar (Apucarana) 65,7%

Faculdade Nacional de Educação e Ensino Superior do Paraná – Fannesp (Araucária)  45%

Uniandrade (Curitiba)  67,1%

Unifoz (Foz do Iguaçu)  60%

Unopar (Arapongas) 63,5%

Veja os cursos de Direito no Paraná que ficaram com requisitos acima dos 70%

Estácio (Curitiba)

⁠Unisantacruz (Curitiba)

⁠Unifatec (Curitiba)

Pitágoras Unopar (Londrina)

⁠Unipar (Paranavaí)

Turmas mistas com outros cursos, salários atrasados, bibliotecas precarizadas

Entre os problemas apontados pela entidade nos cursos “reprovados” pela OAB estão precarização do regime de contratação e da remuneração de professores, relatos de salários atrasados, turmas mistas com alunos de diferentes cursos, diversos relatos de ingresso o curso de Direito sem vestibular, falta de pesquisa e extensão e disciplinas relevantes em modalidade EAD.  O preço médio das mensalidades das instituições visitadas é de R$ 550.

As visitas às instituições aconteceram entre 11 de maio e 11 de junho deste ano. Foram constatados também em alguns cursos precarização da estrutura física, como bibliotecas insuficientes, falta de acessibilidade. “A regulação do MEC é insuficiente. Além de todos os problemas estruturais, é clara a precarização da carreira dos professores, com baixíssima remuneração, atrasos salariais. A omissão do MEC na fiscalização faz com que muitas instituições façam apenas o mínimo”, diz Luiz Fernando Pereira. Segundo a seccional, o Brasil é um dos países que mais formam advogados no mundo. Com pouco mais de 203 milhões de habitantes, o país tem mais cursos de Direito do que os Estados Unidos, por exemplo, que tem uma população 65% maior. Segundo levantamento da OAB Nacional, o país possui tem mais de 1.900 cursos de Direito em funcionamento, número quase dez vezes superior ao norte-americano. Para a OAB Paraná, os dados evidenciam não apenas a proliferação de cursos jurídicos no Brasil, mas também um desequilíbrio entre a formação e o mercado de trabalho, com impacto direto na qualidade da formação e na valorização da profissão.

“Quem avalia e autoriza cursos de graduação é o MEC”, diz Unifoz

Em nota encaminhada à reportagem do Bem Paraná, a direção da Unifoz disse que a instituição competente para avaliar e autorizar cursos de graduação no Brasil é o Ministério da Educação (MEC), que realizou visita técnica à universidade em junho deste ano. Segundo a Unifoz, a visita do MEC durou quatro dias com a participação de dois avaliadores e considerou o curso de Direito da Unifoz satisfatório.  “Acreditamos que o diálogo entre entidades é sempre bem-vindo, mas a análise técnica e institucional do MEC deve ser a referência principal para a comunidade acadêmica e para a sociedade. Vale lembrar que todo o ensino superior brasileiro passou por grandes desafios no período pós-pandemia, e a UniFoz tem investido fortemente na qualificação de seu corpo docente, na modernização das metodologias de ensino e na melhoria contínua das condições acadêmicas. Além disso, a construção do novo teatro de Foz do Iguaçu, sustentada pela UniFoz como política pública prioritária nos últimos dois anos e meio, foi anunciada pela Itaipu Binacional na semana passada, motivo pelo qual parabenizamos a Itaipu por atender a uma demanda histórica da comunidade artística e educacional da cidade”, afirmou a instituição, em nota.

“A Unifoz reafirma seu compromisso com a qualidade do ensino jurídico e com a formação de profissionais éticos, críticos e comprometidos com o desenvolvimento humano, cultural e social de Foz do Iguaçu e de toda a região trinacional”. A coordenação do curso de Direito da Facear de Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba informou que encaminhou a avaliação da OAB para o departamento jurídico e que só então poderá se manifestar. Elzira Verginia Mariani Guides Martins, Diretora Geral da Faneesp, também em Araucária, disse que está avaliando o relatório da OAB e nesta quinta (9) deve enviar posicionamento. A Facnopar informou pelo whatsapp que só vai se manifestar quando for notificada pela OAB ou MEC. A Fapar (Curitiba), Uniandrade (Curitiba), Unopar (Arapongas) e Faculdades Londrina não responderam os questionamentos até o fechamento da reportagem. O espaço está aberto para as instituições e a reportagem será atualizada assim que as respostas foram encaminhadas.

 

(Foto OAB PR Franklin de Freitas)

 

Fonte: Gorpa Notícias com Bem PR

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